terça-feira, 13 de dezembro de 2011


Acalme-se Zé, o mundo não vai parar só porque seu coração quebrou, levanta dessa cama, penteie os cabelos, coloca um sorriso no rosto e caminha. Isso foi só uma decepção, e embora você pense que não passa, eu garanto que passa.

Por: Maria Fernanda Sollero

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Na memória, no coração, na história.


_ Onde eu vou ficar? - Peguntou ele, com a voz fanha, de quem vai chorar -
_ Vai ficar na minha memória, nas minhas lembranças mais doces, no meu sorriso, no meu olhar de criança dengosa, nas minhas orações, e em tudo que tiver vida, em tudo que existir, porque a cada batida do meu coração, vou me lembrar de você, será como se ele dissesse: "Continue, siga em frente, o que é seu está guardado." Vou durmir todas as noites mais tranquila, quando me lembrar que as minhas estrelas são as mesmas que a sua, e onde quer que você esteja, elas brilham igualmente. Não vai mudar, nunca!

Por: Maria Fernanda Sollero G. Vieira

sábado, 3 de dezembro de 2011

O tempo passou.


Eu estava cega, meus olhos não queriam mais enxergar ninguém que não fosse você. Meu olfato estava extremamente delicado, procurando seu cheiro em todos aqueles pescoços. Minhas mãos buscavam a maciez das suas. Eu queria te encontrar, meu corpo queria te encontrar, meu nariz, minhas mãos, meus olhos. Meu paladar estava particular, nenhum gosto me satisfazia. Até minha boca estava querendo te encontrar. Eu passei todos esses dias, semanas após semanas, tentando me tornar indiferente, para que você pudesse sentir minha falta. Beijei outras mil bocas, para que você tivesse medo de que em uma delas eu quisesse me abrigar. Me tornei moderninha, saidinha, e muito mais fria e insensível. Tornei-me mais mulher. Perdi aquela vontade imensa de gritar, ou aquela inocência de falar palavrões e coisas desnecessárias e mesmo assim fazer todo mundo rir. Perdi muito de mim, meus sonhos, meus mimos, meus dengos, tudo com um único intuito - trazer você de volta! O tempo passou e hoje, eu estou muito mais madura, meus olhos estão com um leve grau de miopia, mas eu enxergo perfeitamente aquilo que quero enxergar. Meu nariz parou de ser tão exigente, e agora eu admiro não só um único perfume barato como o seu, como outros perfumes mais atrativos e afrodisíacos. Não só minhas mãos, como o resto do meu corpo está totalmente acostumado com as pegadas de outras mãos, que não sejam as suas, e minha boca, não muito diferente do meu nariz, ou dos meus olhos, ou até das minhas mãos, ela está refinada, e conhecendo vários sabores diferentes sem preocupação e arrependimentos. Eu sou mais eu, perdi aquela necessidade de ouvir um “eu te amo” logo pela manhã, não quero me apaixonar porque é desnecessário, tenho outro tipo de passatempo, como escrever, caminhar, conhecer pessoas e não me preocupar. Eu não deixei de ser eu, continuo sendo a mesma menina, louca, inconseqüente, alucinada, e um tanto quanto incoerente que você conheceu, mas com uma única diferença, eu cresci, e agora eu não preciso ouvir da sua boca um “eu te amo” para me sentir mais segura, ou mais mulher, simplesmente aprendi a me olhar no espelho e valorizar quem realmente me ama: Eu!

Por: Maria Fernanda Sollero

Só um desabafo...


Eu queria que você atendesse ao telefone, só para que eu me desfizesse de alguns nós que estão na minha garganta. Queria te dizer o quanto você foi ridículo e o quanto você me magoou, mas queria também dizer que sou estúpida demais pra te odiar. Se eu soubesse que era a ultima vez, eu teria ligado e escutado mais um pouco sua voz rouca dizendo que me amava, só mais um pouquinho, antes que eu adormecesse de vez. Mas eu não sabia ninguém me avisou. Você não me avisou. Ainda não caiu a fixa de que você não vai voltar mais, e de que talvez se arrependa de tudo. Vai demorar pra cair. Eu queria uma explicação, porque acho que eu merecia isso. Um adeus mais formal. Algo mais humano, mais “misericordioso”. Mas, você não é Deus pra ter piedade de ninguém. Queria olhar nos teus olhos mais uma vez, e ver seu sorriso, só para que eu me lembrasse dele por mais alguns dias. Porque eu o esqueci! Às vezes me sinto na obrigação de lembrar você, e forço meu coração a sentir mais algumas dores, que no fim nem doem mais.
Acho que era por esse motivo que meu estômago estava se revirando naquela sexta feira, porque no fundo meu corpo sabia que você estava partindo. Quero cantar pra você pela ultima vez que “sem você eu não sei nem me virar” e mesmo que pareça absurdo, por favor, acredite, eu estou perdida sem você.
Acho que estou com medo de te esquecer... Bem que você podia aparecer por aqui algumas vezes, ou só me ligar, ou simplesmente aparecer. Talvez eu ainda queira saber que está vivo.
Querido, quero poder chamá-lo assim pela ultima vez, embora tenha despedaçado meu coração como uma flor, e a dor seja um tanto quanto assustadora, embora meu peito esteja dilacerado, e eu esteja com medo, e com frio, e sem um pingo de esperança em minha alma, espero sinceramente que seja feliz!

Por: Maria Fernanda Sollero

domingo, 27 de novembro de 2011

Dialogo


(...)
_ Quanto tempo! Eu mal me lembrava do seu sorriso. – cumprimentou-a com um abraço, depois de longo tempo sorrindo.
_ É muito tempo! – sorri desajeitada, levando um único fio de cabelo atrás da orelha quase que em câmera lenta.
_ Por onde andou? O que tem feito? – ele sorri a cada três palavras que diz e continua falando desesperadamente – Eu andei fora da cidade nos últimos meses, estava na casa de uns familiares no México. Decidi fazer um tour e só cheguei hoje... Acredite, passei por Portugal, Argentina, Paris, Londres, todos esses lugares que eu sempre quis conhecer, você sabe. – não tira os olhos dela, nem por um segundo, tentando decifrá-la através de cada olhar.
_ Bem... – por um instante treme a voz, como se ainda existisse algum vestígio de choro em seu ser, mas concentra-se respirando fundo, e ergue os olhos para o céu, abrindo-os e fechando-os devagar para que o vento seque aquela última lágrima que insiste em sair – Andei procurando você! – olha-o por um instante, e ergue seus olhos novamente ao céu, depois abaixa o olhar em busca de forças para falar – Fui a sua casa algumas vezes, estive conversando com seus pais durante todo o verão. Escrevi algumas cartas, mas não enviei. Depois, comecei a freqüentar aqueles lugares, aqueles bares, aquelas festas, confesso, uma tentativa falida de tentar te encontrar. Andei sentindo muito sua falta, do seu sorriso, do seu olhar, das palavras que me dizia, da sua voz, do seu abraço, dos momentos que tínhamos... Achei que não conseguiria me levantar pela manhã, como fazia todos os dias. E então, eu consegui! Foi difícil no começo, eu não podia ouvir falar seu nome, não podia conversar com amigos seus, nem visitar seus pais, mas consegui! Nunca pesei que fosse doer tanto, nunca pensei que fosse doer tanto ter um coração dilacerado, massacrado, triturado, e no fim, não ter mais coração. Eu sinto muito, sinto muito por não ter sido fácil para mim. Desculpe-me. – beija-o na testa e sai rapidamente, para que não seja vista chorando.
Alguns sentimentos são para sempre, mesmo que insista em viver sem eles, algumas pessoas também são para sempre. Depois daquele dia nem ele dormiu bem, nem ela. Na verdade, ela já não tinha uma boa noite de sono a mais ou menos um ano. Afinal, não é sempre que desistimos do amor da nossa vida. Mas acontece quando o amor não é mais o bastante. Ela, sempre tão certa da razão, agora se limita a viver, sem amor.

Por: Maria Fernanda Sollero

sábado, 26 de novembro de 2011

Eu Prometo...


Eu prometo que vou estar aqui, prometo que meu amor será o suficiente mesmo que o tempo passe. Prometo que haverá mais vida do que há em nossas veias.
Eu prometo que vou respirar por nós quando você estiver cansado, prometo que vou segurar as pontas quando você estiver com medo, prometo que vou encarar o mundo quando você não tiver mais forças.
Quero dizer que embora o tempo passe, eu prometo que vou continuar levantando todas as manhãs e preparando seu café, e colherei flores mesmo que nosso jardim não brote, e dormirei de coberta mesmo se estiver calor.
Eu prometo que nossa vida vai ser melhor do que a vida de muita gente lá fora, que nossos sorrisos durarão uma eternidade, mais e bem mais do que nas fotos, que nossos corpos sentirão saudades quando estiverem distantes.
Eu prometo meu amor, que as cinzas de nossos passados não atrapalharão nosso futuro brilhante e promissor, que nossos medos não afligirão nossa fé, e que Deus se fará presente a cada amanhecer.
Sinto que você não acredite agora, mas deixe-me provar que minhas palavras são verdadeiras, e eu prometo lhe cuidar quando estiver doente.
Prometo que terá muito amor, tanto que não sentirá falta de nenhum segundo que passou distante de mim. Prometo que haverá muita paz, de espírito, de vida, de coração. Eu prometo que nossa graça nunca estará ausente.
Acredite querido, o céu pode ficar escuro, as estrelas podem sumir, as árvores podem cair, e a terra pode secar, mas meu amor se fará presente para sempre.
Eu prometo que ainda cantarei pra você dormir, ainda beijarei sua mão e farei o sinal de Deus na sua testa. Prometo que ainda te pedirei pra ir devagar, te esperarei quanto tempo precisar, e brigarei quando me importar.
Eu prometo que não lhe faltará nada. Nem lágrimas, nem gratidão, nem fé, nem respeito, nem compaixão, nem luz, nem vida, nem oxigênio, não enquanto eu viver.

E se você precisar de vida meu amor, eu prometo que deixo de viver!

Por: Maria Fernanda Sollero - dedicado a Rafael Cayres

Doce Setembro


_ Do que você tem medo? – ele perguntou com sarcasmo e antes que eu pudesse responder continuou – De sofrer? De amar? De viver? Diga-me! Pessoas como nós não precisamos temer nada! Você me entende? Nós temos um ao outro, isso deveria bastar.
_ Tenho medo do Agosto, e de tudo que ele me levou, e tudo que ele me tirou, e de tanto amor que eu tive que engolir sozinha, porque simplesmente as pessoas somem, e foda-se o que você está sentindo. Tenho medo dessa passagem apavorante que é do mês de agosto pro mês de setembro. Porque foi assim que eu tive meu coração partido da primeira vez, foi assim que teu tive que enfrentar setembro da primeira vez, com lágrimas, com angustia, medo e um órgão a menos. – então, eles permaneceram calados até o fim daquele dia e Setembro só estava começando.


Eu sei você nunca vai entender porque eu fico tão enfurecida no mês de setembro, afinal, ele é tão doce. Mas, se você mora em uma casa de vidros, e ela é toda quebrada por pedras, não dá pra simplesmente você construí-la novamente, isso levaria tempo. Existem sentimentos que não dá pra simplesmente colar e colocar no lugar, e existem lembranças que não há esperança alguma de serem esquecidas.
Eu espero que Setembro seja diferente esse ano, mais eu ainda tenho medo. Eu costumava gostar tanto da chegada desse mês, quero poder me alegrar novamente nos próximos anos... Isso também não muda o fato de que esse é o seu mês. E por esse motivo devo manifestar ao menos um esboço de sorriso por você. Por esse motivo grito em alto e bom som “Deus, me dê forças para encarar Setembro novamente. Força e coragem. Por favor, isso é tudo.”

Por: Maria Fernanda Sollero

Me Escolha


Sou muito insegura. Sempre acho que a qualquer momento alguém vai me deixar, e tenho medo que esse alguém seja você. Por que eu sei que ninguém merece aturar meu desespero, neuroses e ansiedades por falta de confiança e fé em mim mesma. Por esse motivo eu te sufoco. Por esse motivo eu te sufoco tanto, tanto que quase sempre você tem que pedir pra respirar novamente. Mas é que eu tenho medo que você volte a respirar este ar e goste, e resolva respirá-lo para sempre. Eu tenho muito medo que você escolha esse ar, ao meu ar. Que você escolha outros amores, em vez do meu amor. Que você simplesmente não me escolha, nem por um minuto, nunca mais.

Por favor, escolha sempre me escolher, e eu juro que nunca vai se arrepender. Fique. Cuide. Ajeite. Espere. Acolhe. Acredite. Tenha fé, me escolha!

Por: Maria Fernanda Sollero